- Bolsonaro afirma que Kit do MEC estimula pedofilia e
- homossexualismo
01/ Abril 2011
O Deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) acusou
o Ministério de Educação (MEC) de
incentivar o homossexualismo.
O MEC vai distribuir nas escolas um
kit contra a homofobia contendo
vídeos e guias de orientação.
Nos filmes são tratados temas
como a bissexualidade, a transexualidade e a homossexualidade.
A entrega do kit nas escolas públicas do Brasil foi aprovada pela Unesco.
o Ministério de Educação (MEC) de
incentivar o homossexualismo.
O MEC vai distribuir nas escolas um
kit contra a homofobia contendo
vídeos e guias de orientação.
Nos filmes são tratados temas
como a bissexualidade, a transexualidade e a homossexualidade.
A entrega do kit nas escolas públicas do Brasil foi aprovada pela Unesco.
“As crianças estão formando o caráter e o material vai incentivar relações homossexuais”,
afirmou o deputado.
afirmou o deputado.
FONTE
\/
Segunda, 20 de dezembro de 2010, 09h41
MEC prepara kit anti-homofobia e
provoca reação
Ele nasceu a partir da constatação de que as escolas brasileiras são,
em geral, ambientes hostis para adolescentes homossexuais.
em geral, ambientes hostis para adolescentes homossexuais.
Foi desenvolvido com a proposta de ajudar a contornar o problema,
e recebeu o sugestivo nome de Kit contra a homofobia.
e recebeu o sugestivo nome de Kit contra a homofobia.
A previsão é que sua distribuição ocorra inicialmente em 6 mil
escolas públicas a partir do ano que vem.
escolas públicas a partir do ano que vem.
Mesmo sem ter sido lançado pelo Ministério da Educação (MEC),
o material didático, contendo cartilha, cartazes, folders e cinco
vídeos educativos, já provoca discussões inflamadas.
o material didático, contendo cartilha, cartazes, folders e cinco
vídeos educativos, já provoca discussões inflamadas.
Terreno democrático por excelência, a internet se transformou
em púlpito para os que apoiam e para os que repudiam o kit,
que ganhou a pecha de "Kit Gay".
em púlpito para os que apoiam e para os que repudiam o kit,
que ganhou a pecha de "Kit Gay".
O debate está mobilizando redes sociais, blogosfera e até virou
tema de abaixo-assinados virtuais - contrários e
favoráveis ao material.
tema de abaixo-assinados virtuais - contrários e
favoráveis ao material.
Catalisou a polêmica a declaração do deputado federal
Jair Bolsonaro (PP-RJ) - o mesmo que sugeriu "couro"
para corrigir filho "meio gayzinho" -, que, em sessão
realizada no Plenário da Câmara, atacou a iniciativa.
Jair Bolsonaro (PP-RJ) - o mesmo que sugeriu "couro"
para corrigir filho "meio gayzinho" -, que, em sessão
realizada no Plenário da Câmara, atacou a iniciativa.
O parlamentar também fez um apelo aos colegas de
Casa para que impedissem a circulação do kit.
Casa para que impedissem a circulação do kit.
O pronunciamento dele se espalhou pela rede e
tem embasado o discurso dos que consideram o
material "perigoso" por incentivar a homossexualidade
entre os estudantes.
tem embasado o discurso dos que consideram o
material "perigoso" por incentivar a homossexualidade
entre os estudantes.
O que fez Bolsonaro vociferar foram justamente os
vídeos educativos, exibidos preliminarmente em
seminário na Comissão de Direitos Humanos da
Câmara dos Deputados.
vídeos educativos, exibidos preliminarmente em
seminário na Comissão de Direitos Humanos da
Câmara dos Deputados.
Um deles conta a história do personagem José Ricardo,
um adolescente que gostaria de ser reconhecido
como Bianca.
um adolescente que gostaria de ser reconhecido
como Bianca.
"O vídeo fala de um travesti, um homem com identidade
feminina, mostrando, inclusive, o sofrimento dele em viver
em um lugar onde meninos jogam futebol e, quem não
joga, é chamado de mulherzinha", explica Rosilea Wille,
coordenadora Geral de Direitos Humanos do MEC,
vinculada à Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade (Secad), responsável
pelo projeto.
feminina, mostrando, inclusive, o sofrimento dele em viver
em um lugar onde meninos jogam futebol e, quem não
joga, é chamado de mulherzinha", explica Rosilea Wille,
coordenadora Geral de Direitos Humanos do MEC,
vinculada à Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade (Secad), responsável
pelo projeto.
Na opinião dela, a forma negativa como o Kit contra
a homofobia está sendo recebido é resultado do
desconhecimento em relação ao conteúdo do
material e dos rumores, amplamente propagados
na web.
a homofobia está sendo recebido é resultado do
desconhecimento em relação ao conteúdo do
material e dos rumores, amplamente propagados
na web.
- Foi colocado que vamos passar informação sobre
diversidade sexual e identidade de gênero para
crianças de sete anos.
diversidade sexual e identidade de gênero para
crianças de sete anos.
Isso nunca foi a decisão do Ministério.
O projeto está sendo pensado para o Ensino Médio.
Não é um projeto que vai cair de paraquedas nas escolas.
Não é um projeto que vai cair de paraquedas nas escolas.
Vai ser vinculado à formação dos professores.
Há todo um anteparo, uma sustentação pedagógica.
Há todo um anteparo, uma sustentação pedagógica.
Presidente da Associação Brasileira de Gays,
Lésbicas e Transexuais (ABGLT) e um dos
idealizadores do kit, Toni Reis, também rechaça
as acusações de que os vídeos seriam um
estímulo à homossexualidade.
Lésbicas e Transexuais (ABGLT) e um dos
idealizadores do kit, Toni Reis, também rechaça
as acusações de que os vídeos seriam um
estímulo à homossexualidade.
- O que está sendo dito é totalmente distorcido.
Não queremos incentivar a homossexualidade.
Não queremos incentivar a homossexualidade.
Ela não precisa de incentivo algum.
Queremos incentivar o respeito à cidadania,
à não violência, à dignidade humana.
à não violência, à dignidade humana.
Quem está falando isso são pessoas homofóbicas
, fundamentalistas religiosos.
, fundamentalistas religiosos.
Estes são os grandes incentivadores da violência
e do desrespeito - afirma.
e do desrespeito - afirma.
Ela ainda explica o caráter do projeto:
- Os vídeos são extremamente didáticos.
Explicam a questão do travesti, do bissexual, d
a lésbica.
a lésbica.
São muito bacanas porque vão ajudar o adolescente
a entender a situação.
a entender a situação.
Muitas vezes, o preconceito vem da desinformação.
Estamos super tranquilos com esse trabalho.
Ele não vai ser censurado por pessoas homofóbicas.
A vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia
(CFP), Clara Goldman, que teve acesso ao material,
também desconstrói a alegação de que o kit exerceria
influência na orientação sexual dos adolescentes.
(CFP), Clara Goldman, que teve acesso ao material,
também desconstrói a alegação de que o kit exerceria
influência na orientação sexual dos adolescentes.
- O argumento esconde um princípio de que essa
sexualidade é ruim e tem que ser combatida, evitada.
sexualidade é ruim e tem que ser combatida, evitada.
Essa é a base do pensamento homofóbico.
O kit não orienta, não estimula, mas problematiza.
Coloca no seu devido lugar a discussão que deve
ser feita.
ser feita.
O objetivo é que as pessoas LGBT possam ser
respeitadas e que caibam na nossa sociedade,
nos nossos espaços coletivos, o respeito a
essa diversidade.
respeitadas e que caibam na nossa sociedade,
nos nossos espaços coletivos, o respeito a
essa diversidade.
De acordo com ela, o CFP apoia a iniciativa
encampada pelo MEC.
encampada pelo MEC.
- Acho que a ideia de se produzir um material
específico, que possa orientar essa discussão,
é muito bem-vinda.
específico, que possa orientar essa discussão,
é muito bem-vinda.
Nós apoiamos o kit, mas nosso apoio não se
restringe a ele.
restringe a ele.
É em relação à luta pela promoção dos direitos
dessa população em todas as políticas públicas,
não só na educação.
dessa população em todas as políticas públicas,
não só na educação.
Apoiamos como uma possibilidade a mais de que,
na formação, essa questão possa ser discutida
com mais qualidade, assentada em princípios que
sejam realmente de direitos humanos.
na formação, essa questão possa ser discutida
com mais qualidade, assentada em princípios que
sejam realmente de direitos humanos.
Terra Magazine procurou a Confederação Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), mas foi informada pela
assessoria de comunicação que a entidade ainda
não se posicionou sobre a questão.
dos Bispos do Brasil (CNBB), mas foi informada pela
assessoria de comunicação que a entidade ainda
não se posicionou sobre a questão.
Bullying
A Coordenadora Geral de Direitos Humanos do MEC
conta que o ponto de partida para se pensar na
elaboração de um material de combate à homofobia
nas escolas foi uma pesquisa realizada em 2008
e publicada no ano seguinte, sobre preconceito,
discriminação e bullying.
conta que o ponto de partida para se pensar na
elaboração de um material de combate à homofobia
nas escolas foi uma pesquisa realizada em 2008
e publicada no ano seguinte, sobre preconceito,
discriminação e bullying.
- Ela foi feita em 501 escolas de diferentes regiões,
com quase 20 mil atores.
com quase 20 mil atores.
Foi comprovado que o grau de homofobia é altíssimo.
Pesquisamos vários aspectos: pessoas com deficiência,
a questão de gênero, orientação sexual.
a questão de gênero, orientação sexual.
Os homossexuais estão entre os mais discriminados.
Em cima disso, a Secad entendeu que era preciso
desenvolver ações para assegurar o direito à
educação de todas as pessoas.
desenvolver ações para assegurar o direito à
educação de todas as pessoas.
E acrescenta:
- Todo o material trabalha com a ideia de respeito
à diversidade sexual, ajuda a entender que a a
escola precisa respeitar os direitos humanos
dos LGBT.
à diversidade sexual, ajuda a entender que a a
escola precisa respeitar os direitos humanos
dos LGBT.
O Ministério da Educação está preocupado exatamente
com essa sociedade que vem cada vez mais batendo
em homossexuais na rua, dando tiro, como aconteceu
no Rio de Janeiro e em São Paulo.
com essa sociedade que vem cada vez mais batendo
em homossexuais na rua, dando tiro, como aconteceu
no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Uma sociedade que precisa ser educada para
respeitar os direitos humanos.
respeitar os direitos humanos.
Toni Reis recorre a um levantamento feito pela
Unesco para enfatizar a necessidade de se aplicar
o material didático contra homofobia nas instituições
de ensino.
Unesco para enfatizar a necessidade de se aplicar
o material didático contra homofobia nas instituições
de ensino.
"A pesquisa mostra que 40% dos adolescentes
masculinos não gostariam de ter um gay ou uma
lésbica na sala de aula.
masculinos não gostariam de ter um gay ou uma
lésbica na sala de aula.
A evasão escolar entre homossexuais é grande",
justifica.
justifica.
Rosilea frisa que a capacitação dos docentes,
para que possam trabalhar com o material,
será prioridade.
para que possam trabalhar com o material,
será prioridade.
Segundo ela, o kit ainda não foi finalizado e terá
que ser submetido ao Comitê de Publicações do
MEC, para ser depois impresso e enviado às escolas.
que ser submetido ao Comitê de Publicações do
MEC, para ser depois impresso e enviado às escolas.
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FONTE
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