Caso Alanis: DNA encontrado na vítima é de 'Casim'
Os exames realizados pela perícia forense do Ceará confirmaram que Antônio Carlos dos Santos Xavier é mesmo o autor do estupro e assassinato da criança Alanis Maria Laurindo, de cinco anos, que foi morta no dia 08 de janeiro deste ano.
O resultado derruba a última versão divulgada pelo acusado que, depois de confessar o crime, alegou inocência.
A probabilidade de erro do exame realizado pela perícia forense do estado é de 0,001%.
Relembre o caso
Alanis Maria estava com os pais na Igreja Matriz do Conjunto Ceará no último dia 7 de janeiro quando Antônio Carlos Xavier convidou-a “para passear”.
De acordo com as testemunhas ouvidas no inquérito policial, o réu, “sempre prometendo que levaria a menina para mãe”, andou pelo bairro Bonsucesso, foi até o Terminal do Antônio Bezerra e só depois ao matagal na Rua Rui Monte, no bairro Antônio Bezerra, onde a criança foi encontrada morta.
A denúncia do Ministério Público também afirma que o réu teria estuprado, causado traumatismo craniano e asfixiado Alanis Maria.
MP-CE não se convence de que 'Casim' tem transtorno mental
MP requer pena privativa de liberdade a Antônio Carlos dos Santos Xavier Arquivo Casim" raptou, violentou e matou a menina Alanis Maria, de 5 anos, no último dia.
O Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) não se convenceu de que Antônio Carlos dos Santos Xavier, o "Casim" - que violentou e matou a menina Alanis Maria, de 5 anos, tenha transtorno mental, com avaliação de maníaco sexual, de acordo com declarações do promotor Sílvio Lúcio Lima.
"Avaliamos que ele não é um doente mental, porque possui inteligência aguçada.
Por isso, opinei pela manutenção da pena para que não seja transformada em medida de segurança”, afirmou Sílvio Lúcio Lima.
"Casim" responde a processo-crime na 2ª Vara por outro crime
Em atenção a um parecer do MP-CE, o juiz Luiz Bessa Neto enviou cópia do exame criminológico, que atestou "transtorno mental" em Antônio Carlos dos Santos Xavier, ao juiz da 2ª Vara do Júri, Henrique Jorge Holanda Silveira.
Além do assassinato da menina Alanis Laurindo, raptada e morta no dia 07/01 deste ano, Antônio Carlos dos Santos Xavier responde, ainda, a processo-crime, junto à 2ª Vara do Júri de Fortaleza, pelo estupro de uma menina de 5 anos acontecido no ano 2000.
Quais as acusações do MP-CE contra "Casim"
. estupro de vulnerável (pena de oito a 15 anos);
. homicídio triplamente qualificado - por motivo torpe, com emprego de asfixia, tortura ou outro meio cruel, e mediante recurso que impossibilita a defesa da vítima (pena de 12 a 30 anos);
. ocultação de cadáver (pena de um a três anos);
. concurso material, ou seja, quando o agente pratica dois ou mais crimes (as penas privativas de liberdade são aplicadas cumulativamente).
RELEMBRE O CASO
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PARTE I
Criança é raptada no bairro Conjunto Ceará
O POVO Online confirmou a ocorrência com o coordenador da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança do Ceará (Ciops), coronel Aristóteles Coelho
08 Jan 2010 - 09h05min
Uma menina de 5 anos foi raptada na noite de quinta-feira, 7, no bairro Conjunto Ceará, em frente a Igreja Nossa Senhora da Conceição.
Segundo os pais da criança, que estavam na celebração da missa no momento do rapto, eles haviam deixado a menina brincando com dois garotos na porta lateral da igreja.
Depois de alguns instantes, a mãe percebeu a ausência da menina.
Os dois garotos informaram que a criança tinha sido levada por um homem de camisa vermelha e calça jeans.
Populares disseram que viram um homem com uma criança nos braços em direção a um matagal localizado entre o posto de saúde Maciel Brito e o antigo Centro Social Urbano (CSU).
Viaturas da 4ª Companhia e do 6º Batalhão da Polícia Militar do Conjunto Ceará, policiais do Comando de Operações Táticas da Polícia Militar (Cotam) e do Ronda do Quarteirão, Canil e Corpo de Bombeiros estiveram no local.
A menina ainda não foi localizada.
PARTE II
Caso Alanis: Polícia identifica suspeito do crime
12/01/2010
Bandido havia sido preso em 2001, quando confessou vários crimes.
Suas vítimas eram meninas da Zona Oeste
Antônio Carlos dos Santos Xavier, o ´Casim´ ou ´Maníaco do Canal´.
Este é o homem que está sendo caçado pelas Polícias Civil e Militar, apontado como o principal suspeito de ter raptado, violentado e assassinado a menina Alanis Maria Laurindo, 5, na noite da última quinta-feira, no Conjunto Ceará. Muito embora venham agindo com cautela e sigilo nas investigações, as autoridades já têm quase como certa a autoria do crime que comoveu a opinião pública do Estado.
Com exclusividade, o Diário do Nordeste obteve, no começo da noite de ontem, a informação sobre a identificação do assassino.
Antônio Carlos dos Santos Xavier, o ´Casim´, é irmão de Francisco Charles dos Santos Xavier, 32, preso no último sábado sob suspeita do crime.
Desde o momento de sua prisão, no bairro Autran Nunes, Charles vem sendo categórico ao apontar o irmão como o autor da morte da menina Alanis.
Foragido
Apontado como de alta periculosidade, ´Casim´ possui um longo histórico criminal, à exemplo do irmão que tinha prisão preventiva decretada pela Justiça de Caucaia, por crime de estupro.
No dia 4 de janeiro de 2001, o Diário publicou na página de Polícia a prisão de ´Casim´ depois de uma longa investigação sobre vários estupros na Zona Oeste de Fortaleza.
Capturado, na época, por policiais do 3º DP (Otávio Bomfim), sob o comando do delegado Francisco Braguinha de Sousa, Antônio Carlos confessou ter praticado um crime com as mesmas características do que aconteceu na semana passada.
Por sorte, a vítima - uma menina também de 5 anos - sobreviveu.
O caso ocorreu no último dia do ano de 2000.
Eram 22 horas do dia 31 de dezembro, quando ele raptou a criança no bairro Autran Nunes e a levou até um matagal às margens de um canal, no bairro Pio Saraiva.
Ali, abusou da menina durante horas e a espancou.
A criança desmaiou diante da violência .
Acreditando que tivesse assassinado a garota, ´Casim´ tratou de ocultar o corpo (a exemplo do que aconteceu com a menina Alanis, na noite da última quinta-feira).
Jogou a criança no matagal às margens do canal.
Horas depois, populares encontraram a menina viva.
Preso, o ´Maníaco do Canal´, como ficou conhecido na época, confessou ao delegado que já tinha feito outras vítimas, todas meninas na faixa etária entre cinco e oito anos.
O caso revoltou até os médicos do IJF que atenderam a menina.
As buscas ao acusado continuam em vários pontos da cidade, enquanto o irmão dele permanece preso.
Na manhã de ontem, policiais militares chegaram a cercar uma residência, situada na Rua Capitão Gustavo, no bairro do Pio XII, onde mora uma filha de ´Casim´, mas ele não foi encontrado no endereço.
O delegado Lira Ximenes, titular do 12º DP (Conjunto Ceará), continua no comando das investigações e negou ter sido constituída uma força-tarefa para apurar o caso.
O superintendente da Polícia Civil, Luiz Dantas, informou que a expectativa é de que o caso seja solucionado nas próximas horas.
PARTE III
Caso Alanis: laudo revela crueldade
Os últimos minutos de vida da menina Alanis foram de desespero.
Ela foi vítima da crueldade de seu agressor.
O jornal O POVO teve acesso ao exame de corpo de delito.
Os peritos da Coordenadoria de Análises laboratoriais Forenses do Ceará constataram que a menina morreu em decorrência de traumatismo crânioencefálico e asfixia mecânica por esganadura com violência sexual associada.
O laudo diz que o assassino usou um objeto “contundente“ para provocar o “traumatismo crânioencefálico“ e “contundente por ação constrictora“ para sufocar a garota.
Imobilizada, a menina foi morta por “meio cruel pela capacidade reduzida de defesa, por sua pouca idade (5 anos), pela multiplicidade, localização e diversidade das lesões`.
O laudo, de duas páginas, revela ainda que o homicida, além de estuprar a garota, também manteve relações anais com ela.
Para a Coordenadoria de Análises Laboratoriais Forenses, segundo consta no laudo cadavérico, foram remetidos, além de roupa, esperma e sangue, “dois filamentos negros, crespos, podendo representar pêlos pubianos de adulto“ que foram encontrados no abdômen da garota.